O número de alertas de desmatamento da floresta Amazônica foi o maior para o mês de outubro em cinco anos, segundo o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Dados divulgados pelo instituto mostram ainda que houve uma alta de 5% na comparação com outubro de 2020.
De acordo com o órgão, a área sob risco tem 877 km², um recorde em relação à série histórica.
Os números foram calculados com base na área conhecida como Amazônia Legal, formada pelos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, além de uma parte do Maranhão.
Os alertas do Inpe são divulgados a partir dos sinais de mudanças da cobertura vegetal nas áreas desmatadas ou em processo de degradação.
Os dados revelam uma contradição com o que está sendo dito pela comitiva brasileira em Glasgow, na Escócia, onde ocorre a COP26.
Em seu discurso na conferência climática, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, defendeu o governo federal.
“Para conter o desmatamento ilegal na Amazônia, o governo federal dobrou os recursos destinados às agências ambientais federais e promoveu abertura de concursos para 739 novos agentes ambientais”, disse.
A delegação brasileira vinha sendo criticada por ativistas climáticos por não divulgar o Prodes, dado oficial do desmatamento, também medido pelo Inpe. Com base em números de agosto de um ano a julho do ano seguinte, ele costuma estar disponível no começo de novembro.
A falta de controle no corte ilegal da floresta pode prejudicar as negociações feitas na conferência climática pelo Itamaraty, que foi elogiado por adotar uma posição mais flexível e procurar consensos que permitissem concluir a regulamentação do Acordo de Paris.
“As emissões acontecem no chão da floresta, não nas plenárias de Glasgow”, afirmou Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima. “E o chão da floresta está nos dizendo que este governo não tem a menor intenção de cumprir os compromissos que assinou na COP26.”
Publicado por: David Richard
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