A cúpula da CPI da Covid reagiu ontem (25), à decisão da Procuradoria-Geral da República de pedir o arquivamento de apurações preliminares decorrentes do relatório aprovado pela comissão, no ano passado. Na lista estão cinco procedimentos que poderiam levar ao indiciamento do presidente Jair Bolsonaro. A palavra final cabe ao STF.
Os senadores incluíram Bolsonaro em nove tipos penais, entre crimes comuns, de responsabilidade e contra a humanidade. Para a PGR, devem ser encerradas as apurações sobre charlatanismo, prevaricação, emprego irregular de verbas públicas, epidemia com resultado de morte e infração de medida sanitária preventiva.
O presidente da República ainda foi acusado de incitação ao crime, falsificação de documento particular, crime contra a humanidade e crime de responsabilidade.
Para o senador Omar Aziz (PSD-AM), que presidiu a CPI, o pedido da PGR “é um desrespeito à memória e às famílias das mais de 670 mil vítimas da pandemia”. Ele afirmou que o órgão “precisa prestar satisfações à população” e que “esta decisão é uma vergonha para a instituição”.
O vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), classificou a conduta da PGR como “um insulto às quase 700 mil vítimas da Covid-19 no País”. E emendou: “Augusto Aras, com este ato, se torna cúmplice dos crimes cometidos e rebaixa a PGR à condição de cabo eleitoral de Bolsonaro. Não aceitaremos e recorreremos, por todos os meios, desta decisão”.
Já o relator do colegiado, Renan Calheiros (MDB-AL), declarou que “depois de ilusionismos jurídicos por quase um ano, a PGR sugere engavetar as graves acusações contra Bolsonaro durante a pandemia”. E finalizou: “A blindagem, às vésperas da eleição, não surpreende ninguém”.
Leia Mais
PGR pede que Bolsonaro seja investigado em inquérito sobre atos terroristas
Após governo revogar decreto, Nicolás Maduro virá ao Brasil para posse de Lula
Advogados aconselharam Bolsonaro a sair do país antes de 1º de janeiro